terça-feira, 15 de março de 2016

Entrevista para o Cultura Alternativa

Fale um pouco da sua vida, onde nasceu, etc. Lembre-se que o leitor na internet gosta de concisão. Ser conciso é fundamental.

R- Nasci em Mundo Novo, fica na Chapada Dimantina-BA. Mundo Novo é uma pequena cidade erguida em um vale incrivelmente verde, falo incrivelmente verde, porque no semiárido nordestino predomina paisagens secas, caatinga, mas passei a vida toda nas margens da Baía de Todos os Santos, em Santo Amaro, mítica cidade baiana. Mudei aos 40 anos para Brasília, nunca tinha ido tão longe de casa, mesmo vivendo perto de Salvador sou um coração do interior. Brasília é uma cidade que predominantemente corações se afirmam pelo ter, a vida toda me afirmei pelo ser, mas ter e ser quando em conflito o ser vai sempre levar a pior. Sou formado em Letras Vernáculas, especialista em produção textual, no entanto o magistério hoje é pesar e cansaço.


Agora um breve currículo literário?

R-Meu primeiro livro foi publicado em 2002 pela Universidade Estadual de Feira de Santana, desde então publiquei dez  livros , sendo que um romance , a biografia de minha mãe, um livro sobre política e uma fábula infantil. Os outros foram de poesias.



Você acha que o Brasil respeita o escritor?


R- Não sei em outros países, não conheço outros lugares, só a Bahia e Brasília, mas o que posso dizer é que no Brasil se reconhece a fama e não necessariamente o que se é. Compra-se produtos abençoados pelo capitalismo, até mesmo bravos lutadores contra o capitalismo só valorizam o que tiver gerando lucro, o que for vitrine, sendo assim, não tenho valor algum para uma sociedade capitalista, não é o conteúdo do que escrevo que entra na questão, o que importa é se tenho algum sucesso, se as luzes estão sobre mim, em caso de sucesso vão querer tirar uma foto ao meu lado, vão pedir autógrafo, mesmo que nem leiam nada, mesmo que publique livros de páginas em branco. Simples assim...Sucesso independe de talento, por muitos motivos alguém é escolhido e de repende vira referência de uma geração, claro,  os que são apenas fama com o tempo desaparecem, mas muita gente que tinha algo de relevante também desapareceu por aí na poeira do tempo.


Dê ideias de como a sua literatura e a nacional poderiam ser mais valorizadas?

R- O ministério da educação e cultura não precisaria gastar muito para se realizar uma grande revolução nas letras. Penso que no ENEM e vestibular, por exemplo, deveria-se usar fartamente textos de escritores vivos, contemporâneos , autores de todos os estados, de todas vertentes. Poderia cria-se uma comissão (com pessoas de todos os estados, essas pessoas só participariam de um processo, a cada novo processo de escolha novas pessoas participariam da comissão) para selecionar novos autores, muitos em cada edição dessas provas. Isso também valeria para concursos públicos, todas as provas de concursos do governo federal deveriam trazer esses autores. Seria tudo em rodízio para não se criar as infames panelinhas. Nos livros didáticos também a mesma coisa, ao lado de escritores consagrados novos autores, a cada ano seriam renovados os nomes e de tempos em tempos se repetiram os nomes que conseguiram de alguma maneira se firmarem na cena literária, mas não tenho ilusões, ainda não atingimos um grau de civilidade desejado no qual um autor que , por exemplo, fosse voz antagonista ao governo tivesse sem problemas sua obra escolhida em um processo desses...Seria um começo, deve-se começar de alguma maneira.Professores e professoras também podem começar o processo de divulgação de novos autores, o governo pode reduzir por uns dez anos os impostos do livro impresso, cobrar menos impostos de pequenas editoras.




Quais os livros que já publicou e se existem livros no forno, prontos para sair?
R- Foram os seguintes: Até que a eternidade nos uma , O evangelho do mal , Os deuses não são socialista, Uma canção para Renata Maria,  Dias delicados, Rua 5, Anfetaminas e arco-íris, Urbem Angeli, Serenidade das Orquídeas, Biografia de Zelina Santana e mais duas obras em parceria com dois escritores da Bahia, Jorge Boris e Herculano Neto, respectivamente , Sob Prescrição e Mais uma dose. Não sei se vou editar mais livros, aos quase 42 anos de idade meu ânimo já não é o mesmo, o pão precede  poesia.



Você na Internet?
Página do Facebook – https://www.facebook.com/ediney.santana
Instagram – não tenho
Twitter – não tenho
You Tube – https://www.youtube.com/channel/UCvEe8m2t-bAgOXIcSrFDO2Q
Site – http://poesiaeguerra.blogspot.com.br/
Whats App – não tenho

Alguma coisa ficou pendente que gostaria de falar?

R-fico grato pela lembrança, que seja-nos leve o caminhar por este nosso Brasil...Paz luz e chá de cidreira .


Adquira os Trabalhos do autor entrando em contato com ele nos endereços da internet.

Anand Rao

Editor do Cultura Alternativa